Há alguns dias atrás enquanto eu via o trailer miserável do
filme “Seventh Son” a adaptação do livro “O Aprendiz” de Joseph Delaney, e
realizei que o filme provavelmente ficará uma merda, eu pensei sobre as adaptações
de livros para cinema, por que alguns ficam bons e outros não?
Por que temos bons filmes como Harry Potter ou boas séries
como Game of Thrones e ainda assim temos adaptações horríveis como Eragon ou próprio
Percy Jackson? Tudo pode ser resumido em falta de vontade.
Falta de vontade em fazer um filme bom? Obviamente não, eu falo
sobre falta de vontade do próprio autor de ser mais ativo na produção dos
filmes. É claro que não é culpa do Rick Riordan que os filmes do Percy Jackson
não são bons, mas pelo menos um tiquinho de culpa ele tem sim.
No Harry Potter a escritora J.K. Rownling participou da
produção de todos os filmes, não apenas da seleção de atores, mas também em
outras questões como consultoria de roteiro, opinião em questões de produção,
enfim, ela participou ativamente do filme.
O mesmo caso se repete com George Martin e a aclamada série
Game Of Thrones. Martin disse numa entrevista que deu incontáveis “Não” para estúdios
de Hollywood, porque ele considerava as propostas dadas pelos produtores ruins.
Alguns queriam contar apenas a história do Ned num filme, outros queriam contar
a trama da Daenerys, obviamente que filmes assim ficariam horríveis e por isso
que George disse não.
Ele apenas aceitou a proposta dos produtores atuais da série
porque ele acreditava que a TV seria o melhor lugar para se adaptar o Game of
Thrones, por sua experiência de anos trabalhando com TV, como produtor e
roteirista. Ele se envolve em todas as escolhas de atores, faz consultoria de
roteiro e opina sobre cortes que foram feitos e ainda escreve o roteiro de um
episódio da série em cada temporada.
Então baseando-se nesses dois bons exemplos de sucesso
podemos notar uma grande semelhança. Nessas duas adaptações a participação do
autor foi importantíssima para que fosse mantida a essência da obra. É claro
que houveram vários cortes, alguns importantes, outros imperdoáveis, mas os
filmes e a série ainda mantém a essência dos livros, você vê um filme de Harry
Potter e sente que é Harry Potter. Diferentemente de outros maus exemplos.
George Martin numa entrevista falou sobre isso, e disse que
ele considera alguns escritores culpados pelos fracassos nas adaptações. Muitos
apenas se preocupam em assinar o contrato da venda dos direitos e depois só vão
ver a estreia no cinema, não se envolvendo em nada nas produções dos filmes.
Depois quando mudanças graves, normalmente em prol de um filme mais comercial e,
portanto com maiores chances de terem bons números de bilheteria são feitas,
acabam causando alvoroço tanto por parte dos fãs quanto por parte dos autores
que não gostam das mudanças.
Os grandes culpados nessas situações são os autores que
deixam a direção das obras inteiramente na mão dos estúdios e depois não
entendem como mudanças que comprometem a essência do filme foram feitas. É
claro que mudanças serão feitas, já que os produtores procuram deixar o filme
mais mainstream possível, segurar as rédeas e lutar por uma obra com a essência
do livro mantida é uma responsabilidade do autor, para que ele não veja a obra
que ele ama tanto como uma merda nos cinemas.
Então quando você for ver um filme de um livro e ele for
muito ruim, pense nisso, pense se o autor deu a devida importância e atenção
para aquilo, porque quando a merda estourar no ventilador e um filme lixo for
lançado, a culpa do fracasso com certeza será jogado para o estúdio e para os
diretores e produtores dela, e não para outras pessoas que preferiram não fazer
nada e deixaram o filme ficar ruim. Obviamente ninguém quer se responsabilizar
pelo monstro bastardo que algumas adaptações de livros são e preferem
esquece-las, infelizmente nós, como fãs, dificilmente nos esquecemos.
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