Tenho assistido a alguns filmes recentemente. A maioria são
filmes antigos que por algum motivo inexplicável e até mesmo vergonhoso eu
ainda não tinha visto. Como não quero fazer resenhas ou análises de filmes antigos,
vou fazer uns breves comentários sobre eles. Enfim...
O Lobo de Wall Street (2014)
Esse filme não é assim tão antigo, mas já pode ser
considerado um clássico. Estrelando o Leonardo DiCaprio em seu estado
pré-overdose, quase enlouquecendo em cada cena; esse filme conta a história de
Jordan Belfort, um corretor da bolsa que descobre uma forma de negócio muito
lucrativa, mas ilegal, e inicia a construção de um império regrado em drogas e
putaria (tá ai uma sinopse que vende um filme).
O filme é insano. É aquela famosa loucura organizada, que se
desdobra na empresa mais maluca ever. O filme é recheado de cenas +18 e ainda
conta com um verdadeiro documentário de demonstração de drogas (eles
literalmente se afundam nelas). O filme é um tapa na cara e toda sua insanidade
se casa perfeitamente, tanto que você cria uma admiração por esse estilo maluco
de levar os negócios, mesmo sabendo que eles são os verdadeiros vilões. Sem
contar que o DiCaprio escrotiza tudo e a todos. São três horas de bom cinema, e
parabéns ao Scorsese, que mesmo velhote tem moral pra fazer um filme tão louco
(coisa que muitos jovens politicamente corretos achariam desrespeitoso ou
imoral, enfim). Um ótimo filme.
Pulp Fiction (1994)
Um filme antigo, de 1994, mas que não deve nada a filmes
atuais (que na maioria das vezes só contam com câmeras em whateverHD, efeitos especiais fodões, mas que não tem personagens
complexos, diálogos interessantes e um roteiro bem feito). Enfim, o filme conta
três histórias separadamente; sendo os personagens: Jules e Vincent, dois
gangsters (os melhores personagens, sem dúvida alguma), um casal de bandidos e
Butch, um boxeador que está sendo pago para perder numa luta.
O filme segue uma estrutura de narrativa não-linear e conta
com algumas perspectivas diferentes da mesma cena, em alguns momentos. Os
personagens são muito desenvolvidos, porque o filme é basicamente um grande
monologo, já que acompanhamos os personagens conversando e fazendo coisas, mas
principalmente conversando. Eles não precisam apelar para passados tristes para
desenvolver personagens, alguns deles nós apenas sabemos o nome, mas com seus
conceitos sobre o mundo passados no filme identificamos suas personalidades e
estilos.
O filme ainda tem um roteiro totalmente maluco e
imprevisível, com mortes sem a menor cerimonia e momentos de humor negro que
são muito bons. Eu admito que ri muito com esse filme, principalmente nas cenas
do Jules (Samuel L. Jackson), que estava de sacanagem quando fez esse filme.
Muito recomendável, se você (assim como eu) nunca tinha visto esse filme, se
redima com o mundo e veja agora!
Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância). (2015)
Birdman conta a história de Riggan Thomson, um ator que
estrelou três filmes do Birdman (o Homem Pássaro) no passado, mas que se negou
a fazer o 4º filme e viu, depois disso, sua carreira decair. Agora tenta, com
uma peça da Broadway, levantar sua carreira novamente. Um fato interessante
desse filme é que o ator protagonista Michael Keaton, conhecido por estrelar
dois filmes do Batman no passado, teve uma queda em sua carreira depois dos
filmes do homem morcego. Seria Birdman sua chance de levantar sua carreira?
Seria Birdman um filme sobre si mesmo?
Caras, esse filme (que está concorrendo ao Oscar desse ano
em 9 categorias) é um dos melhores filmes que eu vi na minha vida. Ele conta,
em grande parte do filme, com um falso plano sequencia (que contém
alguns cortes), mas que passa a impressão que tudo foi feito em apenas um take,
ou seja, com a câmera acompanhando os atores por toda a parte, sem nunca parar
a cena, até o fim. A história é sensacional, os personagens são bem
desenvolvidos e interessantes. Há críticas sociais e comportamentais
interessantíssimas e linhas de dialogo no estilo “monólogo” sobre a vida que é
um verdadeiro tapa da cara de todos que estão assistindo.
O filme tem uma característica muito bacana, pois ele brinca
com si mesmo quase a todo o momento, chegando ao ponto em que o Birdman (no
auge da doidera do Riggan) critica o próprio filme, perguntando por que ele
estava fazendo aquela obra depressiva e filosófica, enquanto o publico prefere
ação e pornografia, introduzindo flashs de filmes que lembram “Transformers” e
até mesmo “Os Vingadores”. Por mais de uma vez ele brinca com a loucura do
Riggan, fazendo-nos acreditar em algo que não necessariamente está acontecendo,
ou vice-versa, nada é realmente definido, abrindo margem para interpretações
principalmente em seu final.
Um filme que você TEM que assistir. Um grande concorrente
nesse Oscar.
Pois bem, esse foi o primeiro post desse tipo, falando dos
meus últimos filmes vistos. Comente os seus ai embaixo.
Até mais!
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